sexta-feira, 23 de maio de 2008

Os cães pretos na minha cabeça III

E ele tombou. com o mesmo som oco com que tombam as melgas. Porque dentro dele. já não havia nada.
Fotografia de Nuno Miranda Ribeiro.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mensagem do Moderador II

O Coelho Juvenal, moderador deste espaço, pai de filhos, pai de filhas, mãe, avó, e coleccionador de ovos de madeira pintados, vem por este meio anunciar a imperdível festa russa, que se irá realizar no próximo dia 27 de maio, terça-feira, entre as 18 e as 21h, marcando (de bela e emotiva forma) o encerramento do ano lectivo de cursos livres e outras coisas que tais. Consta-se que a Eva andará por lá, passeando-se com uma sombrinha, e que privados nós desta nobre graça, quantos coelhinhos de peluche, quantos se atirariam ao rio. Programa das festas: Teatrinho I: Veraneantes, de A. Tchekov (Alunos do Curso Livre de Russo, dos Níveis I e III); Momento musical I: Musiquinha russa (Aluna do Curso Livre de Russo, do Nível II); Teatrinho II: Uma peça que não sei qual é de um autor que também não sei qual é (Alunos de Russo de licenciatura); Momento em que se bebe uma bebida com um aroma muito semelhante ao do álcool etílico, que pelos vistos é famosa na rússia, e que não é eristoff; Fim. Local das festas: Universidade do Minho, Campus de Gualtar, Complexo Pedagógico II, Sala 103. Fuso-horário: Já sabem. Isto e aquilo: Pois então. Aquilo e isto: Sim. Claro. Nada mais havendo a tratar: Пака!

sábado, 10 de maio de 2008

Os cães pretos na minha cabeça II

E sentiu de repente o receio grande de se ver sozinha. Depois percebeu que nada havia a recear. O silêncio evitava as perguntas. Podia simplesmente chorar. Dedicar-se exclusivamente a essa tarefa. Sem distracções. E afinal, pensava, não haveriam cordas que soubessem sozinhas abraçar-se-lhe ao pescoço. Não haveriam corpos que soubessem sozinhos pendurar-se-lhe por de baixo. Não haveriam outros ruídos surdos que não fossem os seus. Não haveria nada. As vértebras. Essas. Também não saberiam como estalar sozinhas. Os bancos não aprendem sozinhos como sair-se-lhe aos pés. Jazendo enfim. Não haveria nada a saber como acontecer. Um nada sozinho. Se não fosse ela a dar um impulso.