Vamos produzir azeite e pôr filhos no mundo que possam correr por entre as árvores. não mais do que dois. como as nossas mãos que se apertam de suspiros. perdidas na vontade de nos comermos logo ali. no campo.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
sábado, 14 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Os cães pretos voltaram e esperam sentados que lhes dê de comer
Quisera eu que os dois fizessem um filho. para que o aconchegasse. fofo. no regaço. um filho fofo. para que perdesse os dedos dissolvidos de pêlo negro. um filho para amamentar com o sangue que vou largando nas ruas. um animal agarrado ao meu peito. com dentes brancos e finos que me rasgam a pele devagar. um animal pequeno agarrado ao meu peito. com o nariz húmido e a língua áspera de tanto me lamber as feridas. com o nariz húmido a farejar o sangue que me cai gota a gota. o vermelho a sujar-me o soutien. o vermelho a sujar o branco. com a língua húmida a lamber-me as feridas. o sangue que cai. gota a gota como a chuva lá fora. para que possa contar o tempo. o animal sentiu o cheiro e tinha fome. é pequeno e tem frio lá fora. geme. húmido. e agarra-se-me ao peito. o sangue que cai. lambe. chupa. devagarinho. os dentes brancos a rasgarem-me a pele devagar. o sangue que cai porque me devo ter magoado muito no caminho. o sangue que me cai lambem-no os cães porque têm fome. quisera que fizessem um filho. um animal pequeno. preto. a falta do calor no regaço.
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