sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Dos amores de Astrea e Celadon

Quero escrever uma estória de príncipes e princesas que acabe com e assim juntos se comeram felizes e para sempre. Quero que deixem de enganar as criancinhas. Quero que a Astrea e o Celadon se comam. Que se comam e calem e se deixem de conices, que confesso, ontem já me estavam a irritar. Celadon, és tão bonito que te queria conhecer, mas a tua pastorinha sem sal (bonita aliás) não passa de uma menina mimada que bem pode passar os dias a fio chorando gotinhas de orvalho, porque na verdade nunca partiu uma unha, adormece na floresta como quem acaba de enfiar os dedos num buraquinho húmido (mas com cuidado, para não desfazer os caracóis), e tem tanto que olhar para as ovelhas como eu tenho de zelar pelo controlo aéreo. Sim, Celadon, mas tu bem a mereces, porque és um conas, porque te vais atirar ao rio, porque cantas mal e tocas flauta ainda pior (não, eu acho que cantas pior, mas para as horas que passas a tocar bem podias tocar melhor e ter inventado pautas). Celadon, o teu nome fica tão bonito quando é pronunciado em francês. Fica tão bonito e tão coninhas. Tão Celadon. E é tão bonito quando duas raparigas se beijam e uma é um rapaz a fazer de rapariga (Celadon, que também fazes mal de rapariga, diga-se, como o caraças, mas a maquilhagem fica-te tão bem). E é tão bonito quando a Astrea diz que não que não és a Alexis, que não, oh não, que és o Celadon. Vive, vive Celadon. E come a Astrea. Que pode ser que ela assim se cale. Que vocês são tão bonitos. E estão tão bem um para o outro. Como vos imagino. a irem os dois pastar.

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