sexta-feira, 24 de abril de 2009

Dos livros que ficam por escrever

Olha Juvenal, não digas a ninguém, mas se eu um dia escrever um livro é muito provável que conte lá uma estória. O Juvenal parecia no mínimo aborrecido, mas a Eva acrescentou. O facto do livro conter uma estória não é importante em si mesmo. É como se a estória fosse um suporte para o livro, sem ter de ser o livro a suportar a estória. O Coelho Juvenal, por falta de ombros para encolher, não os encolheu, mas depois pensou. Coitados. Os livros já têm de suportar o peso das estantes por debaixo. E o cheiro a mofo das bibliotecas. E o barulho constante do desumidificador da cave. Foi então que a Eva reparou no ar aborrecido e absorto do Juvenal, estaria amuado? A Eva pensou que se tivesse de lhe mudar o feno, já se teria esquecido de o fazer, era portanto bom não ter lhe mudar o feno. Olha Juvenal, vamos dormir, mas só daqui a um bocadinho. Primeiro encosta aqui a tua cabeça. Então, a Eva e o Juvenal encostaram as cabeças e disseram em coro. Porta-te bem. E não faças nada que não eu fizesse. Depois, o Juvenal achou que já tinha feito mais do que aquilo para que lhe pagam e por isso não fez mais nada. Mas a Eva nunca mais se calava. Olha Vítor, não digas a ninguém, mas ando com vontade de fazer tanta coisa. Ao José Vítor, que se porte bem em Inglaterra.

2 comentários:

Anónimo disse...

quando esreveres um livro escreves e pronto. e o mundo não vai parar para se deslumbrar. nem os operários vão fazer férias ;)
e diz ao vítor que eu também

Unknown disse...

O Jose Vitor eh um rapaz com pouco juizo - e que agora deu para escrever sem acentos. Estivemos juntos ha pouco e ele me disse que o teu livro por escrever estah com uma qualidade muito superior a de muitos livros que ele ja leu.